terça-feira, 7 de dezembro de 2010

SANTIDADE AO SENHOR!!!

"Como foi nos dias de Noé, assim também será a vinda do Filho do Homem. Pois assim como nos dias nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não perceberam. Até que veio o diluvio e levou a todos. " Mt 24: 37 - 39a.

Quando lemos esse texto logo pensamos na volta de Cristo como algo que acontecerá em dias normais, dias rotineiros. Podemos cometer um equivoco ao observarmos o texto sem o seu devido contexto, sem a sua real essência.

Logo, precisamos fazer a seguinte pergunta: Como eram os dias de Noé? Diz o livro de genesis que o Senhor viu a maldade se multiplicando na terra e que todo os pensamentos do coração do homem eram maus continuamente (Gn 6:5). Além disso, viu o Senhor que "a terra estava corrompida, pois todas as pessoas corromperam os seus caminhos (Gn 6:12). Por isso, decidiu Deus destruir o homem ao inundar a terra com um dilúvio.

Então o que podemos perceber??? Nos dias de Noé as pessoas casavam-se e davam-se em casamento, parecia tudo normal, mas no fundo o pecado já fazia parte da sua rotina, a ponto de não mais percebe-lo. Não podemos pensar que os dias de Noé eram dias "normais" para Deus, pois não eram. Poderiam ser normais para homem que cauterizados pelo pecado já não faziam mais destinção entre a mão direita e esquerda. Eram homens que traçavam os seus próprios caminhos e esqueciam do Criador.

Como são os dias atuais? Ontem fui levar um amigo para conhecer uns pontos turísticos em BH. Levei-o na praça da liberdade, praça do Papa e em seguida no Mirante. Que arrependimento!!! Ao chegar na entrada vimos um casal em praticando sexo explicitamente, ocultos apenas pelos vidros transparentes do carro, como se estivessem num lugar sem movimento. Jovens consumindo drogas, imersos no homessexualismo como se isso fosse natural, fazendo questão de mostrar para todos que passavam, a sua opção sexual.

Como isso deixou o meu coração triste... Falei para o meu amigo: "Desculpa, mas não dá pra ficar aqui". Nem paramos o carro e fomos embora.

Pessoas imersas no pecado, seguindo o seu proprio caminho, dando as costas para Deus. O que fazer??? O que fazer diante de uma midia de faz apologia ao homessexualismo??? O que fazer diante de uma sociedade que não educa mais os seus filhos??? O que fazer diante de um povo contaminado por mamom, o deus que cegou o entendimento das pessoas. Vamos nos acomodar também e dizer que é tudo normal???

Conheço um Deus que dá vistas ao cego, que dá vida em abundância, que é santo. Se o meu coração ficou triste diante do que vi, imagine o coração de Deus!!! Imagine um Deus santo, que não negocia com o pecado, vendo tudo isso. TENHA MISERICÓRDIA DE NÓS DEUS!!!

SANTIDADE SO SENHOR!!! Outra vez les digo: SANTIDADE AO SENHOR!!!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Compaixão

Lucas 10: 30 – 37

30 Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de salteadores, os quais o despojaram e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. 31 Casualmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e vendo-o, passou de largo. 32 De igual modo também um levita chegou àquele lugar, viu-o, e passou de largo. 33 Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou perto dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão; 34 e aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. 35 No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que gastares a mais, eu to pagarei quando voltar. 36 Qual, pois, destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? 37 Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe, pois, Jesus: Vai, e faze tu o mesmo.

Saramago, em seu livro “Ensaio sobre a cegueira” nos leva a uma reflexão interessante ao descrever a cena de um cego que guiava outros cegos. Nesta ficção a humanidade é contagiada por um vírus que ataca a visão, e para evitar a disseminação da doença, as primeiras pessoas contagiadas são levadas para um local de isolamento. Neste local não havia condições, nem pessoas que orientassem os infectados, por isso viviam de forma precária. Para nós é importante destacar a cena que descreve um cego guiando uma fila de outros cegos, quando de repente uma pessoa faz algo absurdo, então a segunda pessoa da fila, um senhor, fala: “Só pode ser um preto mesmo”. Este homem não sabia que ele estava sendo guiado por um negro. O guia era uma pessoa de pele negra, mas a cegueira impedia que o racismo se manifestasse, todavia a suposição o demonstrou muito bem. José Saramago uma pessoa que não acredita em Deus (Ateu) nos leva a uma reflexão interessante.

Jesus Cristo, o mestre dos mestres, na parábola do bom samaritano, descreve muito bem o sentido do “cegar-se”, mas Ele consegue ir além ao nos levar a ação de esvaziar-se. Ele nos faz pensar que devemos olhar para os outros com os “óculos” do amor, da compreensão, da compaixão. A empatia se revela no “amar ao próximo como a si mesmo”, mas isso é algo dificílimo para o ser humano.

Quantas vezes olhamos para o próximo e vemos a Cristo em seu semblante? Ou pelo menos uma pessoa que precisa urgentemente de Deus, alguém por quem Deus deu o seu único filho? Quantas vezes olhamos para a aparência, a roupa que está usando, se está limpo ou sujo? Quantas vezes olhamos para as pessoas sem os óculos do preconceito ou com os olhos cheios de compaixão?

Você já parou pra pensar que temos a mania de escolher para quem devemos falar de Deus? Às vezes olhamos para as pessoas e dizemos: “Não, aquele ali nunca vai ser crente em Jesus Cristo, mas aquele outro ali sim, aquele tem tudo para ser um bom Cristão.” Isso já ocorreu com você. Bem, comigo já, por algumas vezes. Temos essa mania de julgar as pessoas pelo que vemos, mas só Deus conhece os corações e é isso que Ele procura, pessoas que o adorem em espírito e em verdade, e como Ele é espírito, somente Ele pode julgar a intenção de cada um.

É interessante perceber que quando Jesus realizava milagres ele olhava para as pessoas com compaixão (Mt14:14; 15:32), e não com preconceito. A visão de Cristo em relação ao homem, mesmo sendo o Filho de Deus, não era de condenação, mas de libertação. Como um pai que vê o seu filho em uma prisão, sofre por isso, e percebe que precisa libertá-lo, Jesus percebia a real necessidade de cada ser humano e investia seu tempo naquilo.

Certo dia Jesus deixou a Judéia em direção a Galiléia, mas para ir de uma cidade a outra era necessário que passasse por Samaria. Chegando em Sicar, uma cidade na região de Samaria, encontrou com uma mulher samaritana junto a fonte. Ele lhe pediu água, o que causou certo espanto na mulher, pois como um judeu falaria com uma samaritana, principalmente alguém que foi casada por diversas vezes? (Jô 4:5 -14). Ele não olha para a mulher como alguém que é de outro povo ou como alguém que já teve cinco maridos, mas como uma pessoa que tinha sede, e não tinha o que beber. O interessante nessa passagem é que Jesus deixa de lado toda tradição judaica, quebra paradigmas e causa transformação. Um novo vinho surge e com sabor de amor, mas alguns não entendiam, pois isso já está arraigado em suas mentes e em seus corações e para que haja compreensão de tal atitude é necessário o despir-se de seus preconceitos, tradições, do seu “eu acho, eu penso”. A visão micro ganhou uma nova dimensão, tornou-se macro. O amor de Deus começa a se manifestar a toda humanidade e então começamos a entender o que é esquecer-se do passado, de quem somos e jogar tudo isso no mar do esquecimento, começar uma nova vida e assim viver em Cristo, no amor de Cristo.

Às vezes somos autopiedosos, e esquecemos de exercer a piedade com o próximo. Olhamos para as nossas dores, ansiedades, aflições, mas não olhamos para dentro, mas quando fechamos os olhos do preconceito começamos a enxergar o outro como Deus o enxergou e passamos a nos conhecer por dentro, mas isso só é real quando nos aproximamos de Cristo e a sua luz nos deixa cegos e logo abre os nossos olhos para quem somos de verdade, então ao percebermos a sua presença reconhecemos o quão pequeno somos, entendemos o quanto agimos com egoísmo ao nos preocuparmos com o nosso e nos esquecemos da dor do outro. Isso se mostra pelo simples fato de que falamos muito mais do que ouvimos. Qual foi o último dia que paramos para escutar a dor do outro, ou pelo menos, em nossos momentos devocionais, orar pelo sofrimento alheio?

Certo dia Jesus escuta uma voz “Cristo, filho de Davi, tenha compaixão de mim” (Mt 15: 24-30). Ao olharmos a resposta de Jesus nos assustamos, pois ele fala: “Eu vim para resgatar as ovelhas perdidas da casa de meu Pai... Não é licito tirar a comida dos filhos e dar aos cachorros...” Se não analisarmos o contexto nos equivocaremos e veremos Jesus com certa “dureza”, no entanto isso não acontece, ele sempre nos surpreende, pois conhece o nosso intimo, o nosso interior. Quando essa mulher clama por Jesus ela usa um termo judaico para chamar a sua atenção, porém ela é Cananéia, ou seja, ela tenta ludibriar a Jesus, mas o mestre não se engana. Ele começa a conversar e ela se desfaz da sua máscara, reconhece quem realmente ela é, se humilha diante Dele e recebe o que almejava. Precisamos nos desfazer das nossas máscaras e chegar diante do Pai com o coração aberto, rasgar o nosso coração diante dele e nos reconhecermos como pó e que dependemos da Sua presença em nossas vidas.

Já pensou em algo assim, olhamos para o outro cheio de preconceito, mas nunca para o que realmente somos?

Quando começarmos a buscar a Deus com todo o nosso coração, com toda força e todo entendimento, o conheceremos mais intimamente e, quanto mais o conhecemos mais reconhecemos que necessitamos do Pai, então a nossa visão horizontal passa a ser empática ao invés de critica. Nos entenderemos como um, como iguais mesmo como todas as nossas diferenças, enfim, pecadores, necessitados da tão grandiosa e maravilhosa graça divina, a qual encontramos em Cristo o único Senhor e salvador.

“O ideal não é que sejamos cegos, mas que sejamos vazios de nós mesmos.”

“Por isso quem quiser vir após mim pegue a sua cruz e me siga” Lc 9.23

Alcindo Rocha – Cidão... Em cristo, sempre dulos.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Getsêmani

Momento antes da sua crucificação Jesus se reúne com os seus discípulos e, com a sua alma angustiada pede para que eles esperem enquanto se afasta para orar (Mt26:36-46). Levando com ele três dos seus discípulos, entre eles Pedro, sente-se angustiado. Ele sabia o que estava para acontecer, sabia que teria que passar por momentos torturantes, não pelas chibatadas que iria levar, nem pelo peso da cruz que iria carregar, mas pelos nossos pecados que sobre si o separavam do Pai. Cristo e o Pai são um, então, a dor era mútua, a dor era intensa e intensificada pelo fato de nunca terem estado separados.

Ele carregou a cruz, sobre si levou os nossos pecados, foi morto pelos nossos dolos, o castigo que nos trouxe a vida eterna estava sobre Ele. Foi essa a Sua opção, nos substituir na cruz, tomar o nosso lugar na morte, separar-se do Pai por um momento para que a vida eterna fosse transmitida como um dom para todo aquele que Nele acreditasse (ar).

Sempre teremos que morrer para que a vida brote em outros corações. Para que o sangue de Cristo circule nas veias e artérias dos nossos pares se faz necessário a renuncia, o deixar de lado o nosso “EU” para que o “NOSSO” se manifeste. Uma linda história circula na internet, ela fala de um menino que é consultado para saber se gostaria de doar sangue para a sua irmãzinha que estava doente. Ele pensou, pensou e disse que sim, doaria o sangue. Ao começarem os procedimentos de retirada o menino pergunta para o medico: Doutor eu vou demorar muito para morrer? Eu vou sentir que estou morrendo? Moral da história, o menino pensou que iriam tirar todo o seu sangue para dar à sua irmãzinha e assim ele teria que escolher entre salva-la e morrer, ou viver e perdê-la. Para que Cristo se manifeste em nós e haja frutificação, nem sempre precisaremos morrer literalmente, mas espiritualmente e isso começa na renuncia do nosso eu, no carregar a cruz.

Ainda podemos citar o exemplo de dois jovens moravianos que foram como escravos, pregar o evangelho a uma população africana de 3000 escravizados. Estes jovens se venderam e com o dinheiro que receberam por suas vidas, financiaram os custos da viagem. Ao serem indagados o por quê de tal atitude, eles responderam: “para que o Cordeiro que foi imolado receba a recompensa por seu sacrifício através das nossas vidas.”

Na Bíblia encontramos vários exemplos de renuncia, porém gostaríamos de citar apenas três. Abraão, conhecido como o Pai da fé foi um grande exemplo de renuncia. Primeiro ele deixou a sua casa e a sua parentela, pegou as suas malas, colocou-as sob os braços e saiu em busca de um lugar que não sabia o qual, nem onde, todavia sabia que aconteceria e o encontraria. Para renunciar primeiramente precisamos acreditar. Uma vez me perguntei: Como Abraão sai de casa assim, sem mais nem menos? Um dia entendi que nos tempos antigos, quando ainda não havia escrita, as histórias eram transmitidas de geração a geração através do que era falado, ou seja, tradicionalmente toda a história dos antepassados era transmitida oralmente. Então comecei a entender que Abraão tinha recebido oralmente, através do que os seus pais falavam, toda a história de Adão/Eva e assim por diante. Portanto, Abraão teria uma base, teria algo para alicerçar a sua fé. Ele simplesmente não surgiu do nada, mas em meio à desvirtualização, a uma sociedade que esqueceu do seu Deus criador, Abraão emerge como um homem que faz a diferença, que percebe que o seu povo estava totalmente enganado, assim decide seguir ao Deus verdadeiro e deixando a sua terra em direção ao lugar onde Deus o ordenou.

Abraão renuncia a sua terra, deixa os seus pais e assim vai cumprir o seu chamado. Posteriormente ele é pego de surpresa ao receber o pedido de Deus em relação ao seu filho Isaque. Mais uma vez ele tem que renunciar àquilo que lhe era mais importante, o filho da sua velhice. Ele é provado e aprovado em sua fé ao oferecer seu herdeiro como sacrifício a Deus em seu coração. Ele prova que o primeiro lugar em seu coração, em sua vida, é de Jeová.

Outro exemplo de renuncia é o de João Batista, o predecessor de Jesus Cristo. A voz que clamava no deserto anunciando o batismo para o arrependimento, aquele que veio para preparar o caminho do Senhor. João, filho de Ana, primo de Jesus, decide viver no deserto, comendo gafanhotos e mel silvestre. Para muitos um louco, mas ele sabia da sua missão, ele tinha a convicção do seu chamado a ponto de ser classificado por Jesus como o maior entre os nascidos de mulher (Mt 11:11). João batista, a voz que clama no deserto. Porém o que nos chama atenção é algo que a bíblia não relata, os sentimentos da sua mãe, Ana, irmã de Maria. O que passaria pela sua cabeça ao ver que seu filho, gerado em seu ventre, estava morando no deserto e se alimentado de forma tão diferente? Ou Ana entenderia a missão do seu filho e aceitaria ou morreria de tanto sofrer ao perceber tal situação. Já parou para pesar nisso?

Mas o maior exemplo de renuncia foi o que primeiro citamos, o exemplo do Deus Pai ao enviar o Deus filho para morrer em nosso lugar, sendo ainda nós pecadores (Rm 5:8). Como poderíamos entender esse amor? Como poderíamos viver tamanha grandeza? Seríamos capazes de fazer algo similar, parecido? Quem morreria no lugar de uma boa pessoa, por exemplo, quem tomaria o lugar de Zilda Arns? (Falo isso devido a sua perceptível e inquestionável dedicação ao próximo, mesmo sabendo que todos descendemos de Adão, pecadores, por isso dependemos da fé no Cristo para salvação). Até que por uma pessoa assim surgissem alguns voluntários, porém acreditamos que por um viciado, ladrão, arrogante, egocêntrico, não haveria candidatos.

Quantas vezes passamos pelo Getsêmani? Temos passado por pequenos getsêmanis diariamente, pelo menos até que a imagem de Cristo seja aperfeiçoada em nós?
A dor de Jesus o levou a uma tristeza que só se transformaria em alegria após ter cumprido a sua missão. Será que essa missão já terminou? Será que Ele não sofre até hoje ao ver os perdidos, ao perceber pessoas com fome e sem ter o que comer, com sede e sem ter o que beber, nuas e sem ter o que vestir? Será que essa missão não continua em nós e devemos renunciar a cada dia o nosso eu, carregar a nossa cruz e segui-lo? A nossa oração reflete um cristocêntrismo – “Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres”, ou egocêntrismo – “Venha a mim o Teu reino e seja feita a minha vontade”? Temos dito “Senhor eis-me aqui ou Senhor venha aqui”?
Se não clamarmos as pedras clamarão, portanto, antes nós às pedras! (Lc 19:40) Temos renunciado um dia na semana, uma manhã ou uma noite? Isso nos deixa com a consciência tranqüila?

Que a nossa oração diária seja: “Senhor eis-me aqui, faça em mim o teu querer e que se realize a Tua vontade nesta vida que a ti clama. Que as minhas escolhas diárias sejam de acordo com o teu coração, pois quero estar sempre no centro da Tua vontade. Que realmente o Teu reino venha a nós, o Teu senhorio sobre as nossas vidas, pois o meu maior desejo é que o meu eu desapareça para que o Teu espírito se manifeste a cada dia através de mim ou através das pessoas que amo, sim Deus, renuncio não somente a mim, mas também aos meus por amor a Ti, pois sei que nas Tuas mãos eles estarão bem guardados.”

Que Deus os abençoe em nome de Jesus, o nome que está sobre todo nome!

Alcindo Rocha – Cidão... sempre dulos.