terça-feira, 7 de dezembro de 2010

SANTIDADE AO SENHOR!!!

"Como foi nos dias de Noé, assim também será a vinda do Filho do Homem. Pois assim como nos dias nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não perceberam. Até que veio o diluvio e levou a todos. " Mt 24: 37 - 39a.

Quando lemos esse texto logo pensamos na volta de Cristo como algo que acontecerá em dias normais, dias rotineiros. Podemos cometer um equivoco ao observarmos o texto sem o seu devido contexto, sem a sua real essência.

Logo, precisamos fazer a seguinte pergunta: Como eram os dias de Noé? Diz o livro de genesis que o Senhor viu a maldade se multiplicando na terra e que todo os pensamentos do coração do homem eram maus continuamente (Gn 6:5). Além disso, viu o Senhor que "a terra estava corrompida, pois todas as pessoas corromperam os seus caminhos (Gn 6:12). Por isso, decidiu Deus destruir o homem ao inundar a terra com um dilúvio.

Então o que podemos perceber??? Nos dias de Noé as pessoas casavam-se e davam-se em casamento, parecia tudo normal, mas no fundo o pecado já fazia parte da sua rotina, a ponto de não mais percebe-lo. Não podemos pensar que os dias de Noé eram dias "normais" para Deus, pois não eram. Poderiam ser normais para homem que cauterizados pelo pecado já não faziam mais destinção entre a mão direita e esquerda. Eram homens que traçavam os seus próprios caminhos e esqueciam do Criador.

Como são os dias atuais? Ontem fui levar um amigo para conhecer uns pontos turísticos em BH. Levei-o na praça da liberdade, praça do Papa e em seguida no Mirante. Que arrependimento!!! Ao chegar na entrada vimos um casal em praticando sexo explicitamente, ocultos apenas pelos vidros transparentes do carro, como se estivessem num lugar sem movimento. Jovens consumindo drogas, imersos no homessexualismo como se isso fosse natural, fazendo questão de mostrar para todos que passavam, a sua opção sexual.

Como isso deixou o meu coração triste... Falei para o meu amigo: "Desculpa, mas não dá pra ficar aqui". Nem paramos o carro e fomos embora.

Pessoas imersas no pecado, seguindo o seu proprio caminho, dando as costas para Deus. O que fazer??? O que fazer diante de uma midia de faz apologia ao homessexualismo??? O que fazer diante de uma sociedade que não educa mais os seus filhos??? O que fazer diante de um povo contaminado por mamom, o deus que cegou o entendimento das pessoas. Vamos nos acomodar também e dizer que é tudo normal???

Conheço um Deus que dá vistas ao cego, que dá vida em abundância, que é santo. Se o meu coração ficou triste diante do que vi, imagine o coração de Deus!!! Imagine um Deus santo, que não negocia com o pecado, vendo tudo isso. TENHA MISERICÓRDIA DE NÓS DEUS!!!

SANTIDADE SO SENHOR!!! Outra vez les digo: SANTIDADE AO SENHOR!!!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Compaixão

Lucas 10: 30 – 37

30 Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de salteadores, os quais o despojaram e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. 31 Casualmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e vendo-o, passou de largo. 32 De igual modo também um levita chegou àquele lugar, viu-o, e passou de largo. 33 Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou perto dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão; 34 e aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. 35 No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que gastares a mais, eu to pagarei quando voltar. 36 Qual, pois, destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? 37 Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe, pois, Jesus: Vai, e faze tu o mesmo.

Saramago, em seu livro “Ensaio sobre a cegueira” nos leva a uma reflexão interessante ao descrever a cena de um cego que guiava outros cegos. Nesta ficção a humanidade é contagiada por um vírus que ataca a visão, e para evitar a disseminação da doença, as primeiras pessoas contagiadas são levadas para um local de isolamento. Neste local não havia condições, nem pessoas que orientassem os infectados, por isso viviam de forma precária. Para nós é importante destacar a cena que descreve um cego guiando uma fila de outros cegos, quando de repente uma pessoa faz algo absurdo, então a segunda pessoa da fila, um senhor, fala: “Só pode ser um preto mesmo”. Este homem não sabia que ele estava sendo guiado por um negro. O guia era uma pessoa de pele negra, mas a cegueira impedia que o racismo se manifestasse, todavia a suposição o demonstrou muito bem. José Saramago uma pessoa que não acredita em Deus (Ateu) nos leva a uma reflexão interessante.

Jesus Cristo, o mestre dos mestres, na parábola do bom samaritano, descreve muito bem o sentido do “cegar-se”, mas Ele consegue ir além ao nos levar a ação de esvaziar-se. Ele nos faz pensar que devemos olhar para os outros com os “óculos” do amor, da compreensão, da compaixão. A empatia se revela no “amar ao próximo como a si mesmo”, mas isso é algo dificílimo para o ser humano.

Quantas vezes olhamos para o próximo e vemos a Cristo em seu semblante? Ou pelo menos uma pessoa que precisa urgentemente de Deus, alguém por quem Deus deu o seu único filho? Quantas vezes olhamos para a aparência, a roupa que está usando, se está limpo ou sujo? Quantas vezes olhamos para as pessoas sem os óculos do preconceito ou com os olhos cheios de compaixão?

Você já parou pra pensar que temos a mania de escolher para quem devemos falar de Deus? Às vezes olhamos para as pessoas e dizemos: “Não, aquele ali nunca vai ser crente em Jesus Cristo, mas aquele outro ali sim, aquele tem tudo para ser um bom Cristão.” Isso já ocorreu com você. Bem, comigo já, por algumas vezes. Temos essa mania de julgar as pessoas pelo que vemos, mas só Deus conhece os corações e é isso que Ele procura, pessoas que o adorem em espírito e em verdade, e como Ele é espírito, somente Ele pode julgar a intenção de cada um.

É interessante perceber que quando Jesus realizava milagres ele olhava para as pessoas com compaixão (Mt14:14; 15:32), e não com preconceito. A visão de Cristo em relação ao homem, mesmo sendo o Filho de Deus, não era de condenação, mas de libertação. Como um pai que vê o seu filho em uma prisão, sofre por isso, e percebe que precisa libertá-lo, Jesus percebia a real necessidade de cada ser humano e investia seu tempo naquilo.

Certo dia Jesus deixou a Judéia em direção a Galiléia, mas para ir de uma cidade a outra era necessário que passasse por Samaria. Chegando em Sicar, uma cidade na região de Samaria, encontrou com uma mulher samaritana junto a fonte. Ele lhe pediu água, o que causou certo espanto na mulher, pois como um judeu falaria com uma samaritana, principalmente alguém que foi casada por diversas vezes? (Jô 4:5 -14). Ele não olha para a mulher como alguém que é de outro povo ou como alguém que já teve cinco maridos, mas como uma pessoa que tinha sede, e não tinha o que beber. O interessante nessa passagem é que Jesus deixa de lado toda tradição judaica, quebra paradigmas e causa transformação. Um novo vinho surge e com sabor de amor, mas alguns não entendiam, pois isso já está arraigado em suas mentes e em seus corações e para que haja compreensão de tal atitude é necessário o despir-se de seus preconceitos, tradições, do seu “eu acho, eu penso”. A visão micro ganhou uma nova dimensão, tornou-se macro. O amor de Deus começa a se manifestar a toda humanidade e então começamos a entender o que é esquecer-se do passado, de quem somos e jogar tudo isso no mar do esquecimento, começar uma nova vida e assim viver em Cristo, no amor de Cristo.

Às vezes somos autopiedosos, e esquecemos de exercer a piedade com o próximo. Olhamos para as nossas dores, ansiedades, aflições, mas não olhamos para dentro, mas quando fechamos os olhos do preconceito começamos a enxergar o outro como Deus o enxergou e passamos a nos conhecer por dentro, mas isso só é real quando nos aproximamos de Cristo e a sua luz nos deixa cegos e logo abre os nossos olhos para quem somos de verdade, então ao percebermos a sua presença reconhecemos o quão pequeno somos, entendemos o quanto agimos com egoísmo ao nos preocuparmos com o nosso e nos esquecemos da dor do outro. Isso se mostra pelo simples fato de que falamos muito mais do que ouvimos. Qual foi o último dia que paramos para escutar a dor do outro, ou pelo menos, em nossos momentos devocionais, orar pelo sofrimento alheio?

Certo dia Jesus escuta uma voz “Cristo, filho de Davi, tenha compaixão de mim” (Mt 15: 24-30). Ao olharmos a resposta de Jesus nos assustamos, pois ele fala: “Eu vim para resgatar as ovelhas perdidas da casa de meu Pai... Não é licito tirar a comida dos filhos e dar aos cachorros...” Se não analisarmos o contexto nos equivocaremos e veremos Jesus com certa “dureza”, no entanto isso não acontece, ele sempre nos surpreende, pois conhece o nosso intimo, o nosso interior. Quando essa mulher clama por Jesus ela usa um termo judaico para chamar a sua atenção, porém ela é Cananéia, ou seja, ela tenta ludibriar a Jesus, mas o mestre não se engana. Ele começa a conversar e ela se desfaz da sua máscara, reconhece quem realmente ela é, se humilha diante Dele e recebe o que almejava. Precisamos nos desfazer das nossas máscaras e chegar diante do Pai com o coração aberto, rasgar o nosso coração diante dele e nos reconhecermos como pó e que dependemos da Sua presença em nossas vidas.

Já pensou em algo assim, olhamos para o outro cheio de preconceito, mas nunca para o que realmente somos?

Quando começarmos a buscar a Deus com todo o nosso coração, com toda força e todo entendimento, o conheceremos mais intimamente e, quanto mais o conhecemos mais reconhecemos que necessitamos do Pai, então a nossa visão horizontal passa a ser empática ao invés de critica. Nos entenderemos como um, como iguais mesmo como todas as nossas diferenças, enfim, pecadores, necessitados da tão grandiosa e maravilhosa graça divina, a qual encontramos em Cristo o único Senhor e salvador.

“O ideal não é que sejamos cegos, mas que sejamos vazios de nós mesmos.”

“Por isso quem quiser vir após mim pegue a sua cruz e me siga” Lc 9.23

Alcindo Rocha – Cidão... Em cristo, sempre dulos.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Getsêmani

Momento antes da sua crucificação Jesus se reúne com os seus discípulos e, com a sua alma angustiada pede para que eles esperem enquanto se afasta para orar (Mt26:36-46). Levando com ele três dos seus discípulos, entre eles Pedro, sente-se angustiado. Ele sabia o que estava para acontecer, sabia que teria que passar por momentos torturantes, não pelas chibatadas que iria levar, nem pelo peso da cruz que iria carregar, mas pelos nossos pecados que sobre si o separavam do Pai. Cristo e o Pai são um, então, a dor era mútua, a dor era intensa e intensificada pelo fato de nunca terem estado separados.

Ele carregou a cruz, sobre si levou os nossos pecados, foi morto pelos nossos dolos, o castigo que nos trouxe a vida eterna estava sobre Ele. Foi essa a Sua opção, nos substituir na cruz, tomar o nosso lugar na morte, separar-se do Pai por um momento para que a vida eterna fosse transmitida como um dom para todo aquele que Nele acreditasse (ar).

Sempre teremos que morrer para que a vida brote em outros corações. Para que o sangue de Cristo circule nas veias e artérias dos nossos pares se faz necessário a renuncia, o deixar de lado o nosso “EU” para que o “NOSSO” se manifeste. Uma linda história circula na internet, ela fala de um menino que é consultado para saber se gostaria de doar sangue para a sua irmãzinha que estava doente. Ele pensou, pensou e disse que sim, doaria o sangue. Ao começarem os procedimentos de retirada o menino pergunta para o medico: Doutor eu vou demorar muito para morrer? Eu vou sentir que estou morrendo? Moral da história, o menino pensou que iriam tirar todo o seu sangue para dar à sua irmãzinha e assim ele teria que escolher entre salva-la e morrer, ou viver e perdê-la. Para que Cristo se manifeste em nós e haja frutificação, nem sempre precisaremos morrer literalmente, mas espiritualmente e isso começa na renuncia do nosso eu, no carregar a cruz.

Ainda podemos citar o exemplo de dois jovens moravianos que foram como escravos, pregar o evangelho a uma população africana de 3000 escravizados. Estes jovens se venderam e com o dinheiro que receberam por suas vidas, financiaram os custos da viagem. Ao serem indagados o por quê de tal atitude, eles responderam: “para que o Cordeiro que foi imolado receba a recompensa por seu sacrifício através das nossas vidas.”

Na Bíblia encontramos vários exemplos de renuncia, porém gostaríamos de citar apenas três. Abraão, conhecido como o Pai da fé foi um grande exemplo de renuncia. Primeiro ele deixou a sua casa e a sua parentela, pegou as suas malas, colocou-as sob os braços e saiu em busca de um lugar que não sabia o qual, nem onde, todavia sabia que aconteceria e o encontraria. Para renunciar primeiramente precisamos acreditar. Uma vez me perguntei: Como Abraão sai de casa assim, sem mais nem menos? Um dia entendi que nos tempos antigos, quando ainda não havia escrita, as histórias eram transmitidas de geração a geração através do que era falado, ou seja, tradicionalmente toda a história dos antepassados era transmitida oralmente. Então comecei a entender que Abraão tinha recebido oralmente, através do que os seus pais falavam, toda a história de Adão/Eva e assim por diante. Portanto, Abraão teria uma base, teria algo para alicerçar a sua fé. Ele simplesmente não surgiu do nada, mas em meio à desvirtualização, a uma sociedade que esqueceu do seu Deus criador, Abraão emerge como um homem que faz a diferença, que percebe que o seu povo estava totalmente enganado, assim decide seguir ao Deus verdadeiro e deixando a sua terra em direção ao lugar onde Deus o ordenou.

Abraão renuncia a sua terra, deixa os seus pais e assim vai cumprir o seu chamado. Posteriormente ele é pego de surpresa ao receber o pedido de Deus em relação ao seu filho Isaque. Mais uma vez ele tem que renunciar àquilo que lhe era mais importante, o filho da sua velhice. Ele é provado e aprovado em sua fé ao oferecer seu herdeiro como sacrifício a Deus em seu coração. Ele prova que o primeiro lugar em seu coração, em sua vida, é de Jeová.

Outro exemplo de renuncia é o de João Batista, o predecessor de Jesus Cristo. A voz que clamava no deserto anunciando o batismo para o arrependimento, aquele que veio para preparar o caminho do Senhor. João, filho de Ana, primo de Jesus, decide viver no deserto, comendo gafanhotos e mel silvestre. Para muitos um louco, mas ele sabia da sua missão, ele tinha a convicção do seu chamado a ponto de ser classificado por Jesus como o maior entre os nascidos de mulher (Mt 11:11). João batista, a voz que clama no deserto. Porém o que nos chama atenção é algo que a bíblia não relata, os sentimentos da sua mãe, Ana, irmã de Maria. O que passaria pela sua cabeça ao ver que seu filho, gerado em seu ventre, estava morando no deserto e se alimentado de forma tão diferente? Ou Ana entenderia a missão do seu filho e aceitaria ou morreria de tanto sofrer ao perceber tal situação. Já parou para pesar nisso?

Mas o maior exemplo de renuncia foi o que primeiro citamos, o exemplo do Deus Pai ao enviar o Deus filho para morrer em nosso lugar, sendo ainda nós pecadores (Rm 5:8). Como poderíamos entender esse amor? Como poderíamos viver tamanha grandeza? Seríamos capazes de fazer algo similar, parecido? Quem morreria no lugar de uma boa pessoa, por exemplo, quem tomaria o lugar de Zilda Arns? (Falo isso devido a sua perceptível e inquestionável dedicação ao próximo, mesmo sabendo que todos descendemos de Adão, pecadores, por isso dependemos da fé no Cristo para salvação). Até que por uma pessoa assim surgissem alguns voluntários, porém acreditamos que por um viciado, ladrão, arrogante, egocêntrico, não haveria candidatos.

Quantas vezes passamos pelo Getsêmani? Temos passado por pequenos getsêmanis diariamente, pelo menos até que a imagem de Cristo seja aperfeiçoada em nós?
A dor de Jesus o levou a uma tristeza que só se transformaria em alegria após ter cumprido a sua missão. Será que essa missão já terminou? Será que Ele não sofre até hoje ao ver os perdidos, ao perceber pessoas com fome e sem ter o que comer, com sede e sem ter o que beber, nuas e sem ter o que vestir? Será que essa missão não continua em nós e devemos renunciar a cada dia o nosso eu, carregar a nossa cruz e segui-lo? A nossa oração reflete um cristocêntrismo – “Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres”, ou egocêntrismo – “Venha a mim o Teu reino e seja feita a minha vontade”? Temos dito “Senhor eis-me aqui ou Senhor venha aqui”?
Se não clamarmos as pedras clamarão, portanto, antes nós às pedras! (Lc 19:40) Temos renunciado um dia na semana, uma manhã ou uma noite? Isso nos deixa com a consciência tranqüila?

Que a nossa oração diária seja: “Senhor eis-me aqui, faça em mim o teu querer e que se realize a Tua vontade nesta vida que a ti clama. Que as minhas escolhas diárias sejam de acordo com o teu coração, pois quero estar sempre no centro da Tua vontade. Que realmente o Teu reino venha a nós, o Teu senhorio sobre as nossas vidas, pois o meu maior desejo é que o meu eu desapareça para que o Teu espírito se manifeste a cada dia através de mim ou através das pessoas que amo, sim Deus, renuncio não somente a mim, mas também aos meus por amor a Ti, pois sei que nas Tuas mãos eles estarão bem guardados.”

Que Deus os abençoe em nome de Jesus, o nome que está sobre todo nome!

Alcindo Rocha – Cidão... sempre dulos.

sábado, 14 de novembro de 2009

A escola da vida

Aprendemos todos os dias. Um dia, quando nem sabiamos direito o que era andar, tentamos. Começamos engatinhando, depois firmados pelas mãos de nossos pais, começamos a dar uns passinhos cambaleantes. A falta da consciência do perigo nos fazia arriscar e mesmo sem sentir as protetoras mãos nos segurando, pronto!!! Damos alguns passinhos e caímos com o bumbum no chão. E assim aprendemos como andar... Quando olhamos para o rostinho de uma criança não percebemos medo, mas ousadia.

O tempo passa e começamos a ter frustrações, as quedas são maiores, pois a nossa altura também é maior. Então as nossas vidas são envoltas por responsabilidades, por coisas que exigem escolhas. O medo da "queda", do erro, nos faz refletir antes de cada decisão, e isso é importante, mas quando o ele nos impede de seguir em frente, de optar por aquilo que percebemos que é melhor para nós, precisamos parar e refletir sobre as nossas atitudes, sobre as nossas frustrações e assim reavaliarmos a importancia da ousadia.

Seria bom que fossemos sempre como crianças. Se não olhassemos as circunstancias e não nos preocupassemos tanto com o futuro, mas vivessemos aquele momento como único e real, escolastico pontual.

Seria bom que pensassemos como crianças. Elas não se baseiam em decepções, pois ainda não as têm, caso tenham-nas, não conseguem ainda racionalizá-las, então buscam o seu alvo e "andam em direção a ele.

Seria bom se agissemos como crianças. Se não nos basseassemos naquilo que acreditamos ser, mas procurássemos somente aquilo que é e não é, não passaríamos por tantos questionamentos. Assim a vida seria menos complicada.

Bem... Sabe... Ser como crinça nos ajudaria e muito a sermos adultos saudáveis e isso deveria ser um exercicio diário. Seja criança com seus pais, com seus amigos, com sua esposa. Não esquecendo das responsabilidades, mas não as deixando que sejam os norteaores da sua vida.

sábado, 12 de setembro de 2009

Norteadores

Entre vários pensamentos sobre o sentimento humano, tenho me colocado como um questionador das coisas do coração. Costumo observar as pessoas e procurar nelas a principal fonte de inspiração, do start psíquico em relação a outra, ou seja, busco entender o que motiva um sentimento, o que faz com que ele seja iniciado.

Em alguns casos percebemos um agente ígneo embasado na química, no sentimeto "fisiológico" que envolve a liberação de vários hormônios na corrente sanguínea e faz com que as pessoas sintam uma sensação de bem estar, euforia e atração. Em outros a química não é primordial, não é o agente causador, "startivo", mas a simples emoção de perceber em alguém algo que tanto desejamos. É como se na nossa mente tivesse quadros e destes quandros surgissem um ideal. Desde então o envolvimento se torna forte, impulsivo e intenso. Por último, poderia citar um envolvimento racional que se baseia na observação do outro, no sentido de sonhos e educação . Um sentimento baseado naquilo que para nós é racinal, o "x + y= z".

Em todos esses tipos de sentimento se oberva algo importante. Se andam isoladamente podem ser classificados ou caracterizados como doentios. O desequilbrio pode levar a fortes danos, pois a escolha se baseia em apenas um norteador. Bom seria se chegassemos a um equílibrio e conseguissemos mesclar os três, a química, a emoção e a razão. Isso é algo difícil, mas não impossível.

Mas... Esse é apenas o princípio. Esta tríade de sentimentos nos mostram apenas o primeiro passo. O segundo é mais árduo, mais duro, pois não depende de algo que nasce, cresce e nos faz sentir-nos honrado, mas pelo contrário. A priori depende de uma pré-disposição em ser alguém para alguém e isso machuca o próprio coração, o ego, pois depende de nós, de desfazermos do nosso orgulho. Afinal "os dispostos se atraem", ou seja, se dispôr é desfazer-se de algo, deixar dos muitos achos em busca do bem comum. A posteriori a honra é percebida no conviver, mas isso fica para outra conversa.

Por isso, a mistura entre os sentidos e a renuncia do "eu" são os principais direcionadores para um relacionamento saudável. Isso não significa que tudo dará certo, mas que há uma grande probabilidade de que isso seja uma verdade.

Se disponha... seja alguém para alguém... Analise e se esvazie, assim encontrará o caminho da salvação, este foi o maior sinal da cruz. "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça."

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A espera...

Machado de Assis fez um lindo poema no qual compara mulheres a maçãs. Ele usa de metáfora para mostrar dois perfis femininos. O primeiro é comparado às maçãs que estão na parte inferior da árvore, estas são as mais fáceis de pegar e algumas delas estão até podres. O segundo, ele compara às mulheres que valem o esforço para conquistar, estas estão no topo, precisam de um pouco de agilidade e empenho.

Eu usaria de ousadia para comparar as mulheres às jóias. No ano passado estive em uma cidade histórica de Minas Gerais,chamada Ouro Preto. Lá visitei uma mina de ouro e realmente vi muito ouro, mas... muito mesmo. Fiquei impressionado e perguntei ao dono da mina: - Por que você não retira esse ouro e vende? Com tudo isso você ficaria rico!!! Ele me respondeu: - Esse ouro não tem valor, pois a quantidade de "quilates" dele é baixa, não servindo para nada, um ouro muito leve.

Pois é... Mulheres são como jóias. Algumas como bijuterias, nos encantam a princípio, mas logo percebemos que não tem o valor que estimamos.

Ousaria mais ainda ao falar que uma grande mulher é como uma jóia que nunca tivemos, mas perdemos e um dia encontramos. Parece estranho, mas é como se soubessemos como ela é e andassemos a sua procura, quando de repende, com muita paciência damos de frente com ela. E então nos alegramos, como se fossemos recompensados pelo tempo esperado.

Bem .. é isso.. "Só sei que foi assim..."

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Diálogo entre corações

Um sábio andava pelo caminho quando encontrou um velho conhecido. Ele era chamado de coração triste, recebeu esse apelido por causa das suas murmurações, por causa do seu ângulo de visão, da sua perspectiva de vida.

Percebendo o seu costumeiro desânimo, o sábio o questionou:

Porque murmuras coração triste???
Não sabes tu que nada será para o teu mal???
Porque insistes em tua infantilidade???
Porque permites que imponham ou coloquem sobre ti aquilo que nunca ansiastes???
Aprenda a contemplar as coisas simples da vida, nelas encontrarás o verdadeiro caminho para a felicidade e assim perceberás que as tuas frustrações não passaram de testes.
Aprenda com elas... reflita sobre elas!!!
Certamente curarás as tuas dores.
Superarás as tuas tribulações.
Verás que nunca estivestes só.
Tenha coragem, tenha ânimo!!!

O sábio percebendo que as suas palavras pareciam não encontrar destino, levou o coração triste a observar outro coração. Este outro era conhecido como sonhador, mas o sábio o chamava de coração alegre.

Então, o do caminho falou para o coração triste:

- Olha para o coração alegre e fala com ele, pergunte, sane as suas dúvidas.

Triste como sempre, o coração mais desanimado do que nunca, começou o seu interrogatório:

Porque te alegras oh coração???
Não te chamam de bobo ou de louco???
Não te preocupas com isso???
Olha o que falam de ti... Chamam-te de sonhador!!!
O que vês na vida que te leva a agir e a falar como um alucinado???
Não tens dificuldades??? Não sentes solidão???
Como podes ser tão diferente da maioria e tão parecido ao mesmo tempo???
Não sabes o que é vaidade??? Em que escola tu crescestes??? Em que mundo vives???
Não te preocupas com as cobranças, com as perdas e com os fracassos???
Os que fizestes, nunca te frustraram???

O coração alegre esperou por um momento, tentando ver se o coração triste se acalmava. Então começou a falar. Não como quem queria impor algo, mas como alguém que já tinha vivido o suficiente para entender as dores do seu próximo.

Caro coração triste, sei das tuas dores, das tuas tribulações. Sei em que escola crescestes e sei quais as principais disciplinas em que fostes conduzido. Eu também cresci como você. Na minha juventude pensava na vida como algo mecânico. Tinha metas, mas elas não nasceram em mim, não partiram de dentro, pelo contrário, foram impostas.

Hoje continuo tendo metas, mas estas brotaram daquilo que acredito, daquilo que sei que me fará feliz, ainda que para alguns a felicidade seja uma utopia. Por isso não me preocupo com o que pensam, com o que falam ou julgam. Simplesmente faço...

Sim, me frustrei, errei e errei muito, mas as minhas frustrações e os meus erros serviram como professores na escola da vida. Por causa deles não me vi como um perdedor, pelo contrário, me percebi um vencedor ao encará-los de frente e reconhecer a minha fragilidade, e por incrível que pareça, isso me fez mais forte.


Dificuldades??? Acho que a vida seria sem graça se tudo fosse fácil... Além disso, acredito que viveríamos como crianças, nunca chegaríamos a maturidade.

Vaidade??? Um dia conheci o coração de um homem que era muito vaidoso. Ele já estava no leito de morte... Tinha vivido como ninguém havia antes... Desfrutado de tudo o que tinha desejado, mas as suas palavras eram tristes, pois percebera que tudo o que tinha buscado era vaidade. Sabe o que ele mais queria??? Sabedoria, conhecimento e estes o levaram ao poder e às riquezas, mas não à felicidade, à alegria plena. Ele buscou alimentar a sua alma, mas esqueceu do coração, esqueceu de amar. No fim dos seus dias reconheceu o seu erro e percebeu que tudo não passava de vaidade.

Hoje, meu caro coração triste, nós poderíamos carregar o mesmo nome, mas há algum tempo eu decidi correr atrás dos meus sonhos. Procurei dar sentido a vida, deixei o egoísmo um pouco de lado e me doei, pois não vi a felicidade na solidão, no egocentrismo.

Escolhi o caminho mais “ridículo”, o mais improvável segundo a maioria, mas foi justamente nesse caminho que eu consegui ver um final feliz. E decidi... Isso foi de fundamental importância!!! Descobri o que eu queria e o que eu não queria para os meus seguintes dias.

Além disso, vou te mostrar o maior caminho para a felicidade. Caminho descrito por um coração que entendeu o que é ser feliz e como se faz para ser feliz:
“Ainda que eu falasse a língua dos anjos e dos homens, se não tiver amor eu nada seria...”

Então é isso coração triste...

Se vivermos por viver, simplesmente para satisfazer as nossas vaidades ou àquelas que nos impõem, a vida não passará de um peso sobre as nossas costas. Tudo não passará de enfado e fadiga, seguidos de murmuração e tristeza.

Por isso pense bem... Qual o caminho vais escolher trilhar???

Te dou um exemplo bem significativo. Havia um homem que esqueceu de si e se doou... Ele era um grande rei, mas se fez servo, pois viu que só assim se satisfaria. E com isso levou vida para muitos corações.

Outro dia te conto mais sobre ele... Sei que irás gostar...


O coração triste permaneuceu reflexivo... Ficou ruminando as palavras do alegre coração.

O sábio, percebendo a sua introspecção, o perguntou:

- Caro coração, por que não escolhes logo??? Por que ainda tens dúvida??? Vais permitir que aquilo que te é imposto reine sobre ti??? Aquela que deveria ser a tua companheira passou a ser a tua maior inimiga??? Porque permitiste isso???


O coração triste sem nada entender, só escutava.

Não conseguindo ficar quieto, indagou:

O que queres dizer com essas palvras??? Onde queres chegar???

O sábio não gostava de entregar as coisas de bandeja e por isso contou uma história:

Havia no mundo dois grandes amigos. Nasceram e cresceram juntos... Eram como carne e unha. Gostavam de fazer as coisas juntos, passear, estudar, assistir filmes, jogar futebol. O primeiro ele chamou de cordis e o segundo de psiquê.

Mas um dia, devido aos intempéries da vida, psiquê desapareceu. Cordis, aflito e sem entender se questionava:

- o que eu fiz??? onde magoei o meu melhor amigo??? por que ele sumiu???

Certo dia, meio que por acaso, eles se reencontraram, mas quase não tiveram tempo de conversar. Psiquê falou que não tinha muito tempo, pois teria que resolver alguns problemas e por isso cada segundo valia ouro. Cordis, bastante solitário se sentiu despresado, deixado de lado. Nem se quer deu tempo de falar sobre a saudade que sentia, sobre o desejo de fazer algo juntos.

Passado alguns dias, Cordis não suportou tudo o que tinha acontecido e adoeceu. Ele era meio que... "frágil". Sentiu mais do que os outros, era também conhecido como sentimental, mas isso era exagero. Ele era apenas uma pessoa que sentia-se bem em viver em harmonia e comunhão.

Para sua alegria o Psiquê veio visitá-lo e choraram juntos. Cordis não reclamou da sua ausência, pelo contrário, o abraçou e beijou. Psiquê ao vê-lo naquela condição percebeu o que tivera feito com o amigo e reconheceu:

- Caro Cordis, me perdoe o egoísmo. Hoje percebo o quanto estava cego. Permiti que as pressões da vida me engessassem e assim procurei a felicidade através da busca pelo ter e me esqueci de ser. Esqueci de ser seu amigo, esqueci das nossas conversas, do tempo que passamos juntos. Fui egocêntrico e não procurei saber dos seus sonhos, daquilo que o faria feliz. Me perdoe caro cordis. Prometo que a nossa harmonia voltará a ser como antes, para que assim vivamos como antes...

Ao terminar a sua história o sábio olhou para o coração triste e percebeu que ele continuava introspectivo... Não conseguia falar... Estava sendo invadido por um turbilhão de pensamentos. Logo teve um insigne...

- Agora entendi!!! Disse ele expressando uma certa euforia. Um dia eu fui feliz também, assim como o coração alegre, mas as cobranças externas me fizeram trilhar outro caminho. Quando deveria ter aprendido com os meus erros, me condenei. As frustrações foram como buracos ou abismos intransponíveis, porque eu só olhava para as circunstâncias e não tinha mais esperança. Na realidade, eperança era uma palavra dos tolos, e não cabia a miha pessoa agir como um sonhador. Tudo tinha que ser real e mais do que isso, tinha que ser palpável. Confesso que por um instante lutei contra isso, mas me rendi aos seus apelos.


O sábio, percebendo que o coração triste estava prestes a mudar de nome, concluiu:

- Grande Coração, não quero chamá-la mais de triste e sim de Renovado.

O coração que antes era triste não entendeu e perguntou:

- Por que "coração renovado"???

O sábio respondeu: Porque um coração renovado está diretamente ligado a uma mente renovada. Te dei este nome para que nunca te esqueças de renovar constantemente a tua mente, pois os mesmos pensamentos que te invadiram um dia, tentarão te invadir novamente. As cobranças e os intempéries farão parte da tua camihada, mas você tem que entender que estas coisas servirão como aprendizado e para o teu fortalecimento. Por isso, busque sempre escutar a primeira voz, não despreze a segunda, mas a questione, assim entenderás qual o verdadeiro caminho da felicidade.

E assim mais um coração foi restaurado.. O próximo pode ser o seu...

PS: No texto acima não levo em consideração teorias teológicas como tricotomia ou dicotomia, apenas tento expressar alguns pensamentos, os quais julgo independentes.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Sobre a alegria


O sonho é o combustível que nos impulsiona em direção à felicidade.
A consciência do que queremos nos leva além da mediocridade.
As adversidades??? Não devem ser objetos de angústia, mas a prova de que somos capazes.
As alegrias??? Elas podem ser veneno... alucinógenos... Isso quando superficiais. A priori no deixam eufóricos... A posteriori, vazios.
As alegrias verdadeiras são as profundas, andam em comum acordo com a felicidade e com os sonhos. Não significam que esteja tudo bem, mas que estamos na direção certa, no entanto, não devemos nos satisfazer com as metades!
A tristeza... Prova a nossa humanidade.
E as perseguições??? São vozes que tentam nos desanimar... Tentam nos fazer parar no meio do caminho, mas nunca devemos nos esquecer de que existe um Deus fiel e verdadeiro que não nos desampara... Que sonhou antes de nós e faz de tudo para nos fazer feliz.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

...Perdi por WO...

"No jogo do amor eu perdi por WO, porque com o amor não se joga, se entrega!!!"


Muitas pessoas não entenderam essa frase, pois não sabiam o q significava WO. Então decidi explicá-la:
WO é um termo usado em jogos entre equipes para denominar um tipo de vitória, ou seja, quando uma equipe não comparece, a outra vence por desistência ou não comparecimento ao local e horário marcados para a realização da partida.

Se alguém te chamar para jogar, para brincar com os teus sentimentos, tome cuidado, pois alguém sempre sai ferido dessa partida e esse alguém pode ser você. Com o amor não se joga, mas as pessoas insistem em fazer dele um jogo. Quer ver? Tem horas q dá vontade de telefonar, de dar aquele toquinho só pra avisar q está pensando nele(a), mas logo vem o pensamento:
Ah! Não.. Vou fazer isso não, deixa ele sentir saudade, ou então deixa q ele(a) faça isso. Também tem aquela velha história da provocação de ciúmes, com intuito de fazer com q a pessoa dê mais valor ou faça algo q queremos. Bem... Se eu for enumerar as diversas táticas desse jogo, passarei o dia escrevendo!!! Rsrsrsrsrs

O que quero mesmo falar com essa frase é que com o amor não existe jogos.. não existe vencedor nem perdedor, ou melhor, só existem vencedores... Todos saem ganhando... Todos saem felizes... Não existe joguinhos de ciúmes , muito menos de esconde esconde, pelo contrário, o amor quer se revelar a cada dia mais amável (parece redundante, mas foi a melhor forma q encontrei).

Por isso quando decidir amar, ame de verdade... Sem medidas

Quanto a reciprocidade??? Hum... Isso é tema para outra conversa. Rsrsrs
By cidão

terça-feira, 8 de julho de 2008

O julgar

É fácil falar de alguém. É fácil julgar ao próximo por uma atitude que não nos agradou. A visão que temos de mundo, de relacionamento, de vida, faz com que os nossos “pré”conceitos se aflorem e exacerbem a vontade de condenar. Somos o produto de uma história, cada um com sua formação, ninguém se pode afirmar igual ao seu semelhante - Percebeu o paradoxo? Igual ao semelhante? - Ufa!!!Semelhante!!! Essa é a palavra que melhor nos descreve.

Os nossos julgamentos estão sempre embasados naquilo que aprendemos ser certo ou errado. Em sua maioria está baseado no arquétipo, algo que nos foi imputado por nossos ascendentes, ou simplesmente pelo que “moralísticamente” aprendemos em nosso dia a dia, na comunidade em que vivemos. É fácil julgar as pessoas, pois o julgamento nos coloca acima delas, e isso é bom para o nosso ego, faz-nos sentir donos de uma razão, razão esta, totalmente irracional.

A empatia, o se colocar no lugar do outro é imprescindível para o entendimento do que se passa em sua (de outrem) mente. Isso é um sinal de sabedoria, pois demonstra que você está tentando entender “empiricamente” a situação, mesmo que para você, esta seja apenas “virtual”. É certo que nunca saberemos exatamente o que se passa na mente da outra pessoa, teremos apenas uma idéia. No entanto esta atitude já é um bom começo para nos impedir o pré-julgamento. Como Augusto Cury falaria “ esta atitude nos daria uma visão multifocal”. (risos)

Há outra forma de se tornar mais tolerante e compreensivo, sabe qual??? Errando!!! Sim. Quando erramos e temos a capacidade e humildade de admitir os nossos erros, percebemos a nossa humanidade, a nossa fragilidade, esvaziamos o nosso ego e nunca veremos o outro como inferior. Salomão, o grande rei de Israel, diria que isso é um sinal de inteligência. Não pense que estou dizendo que temos que sair por aí errando pra se tornar mais compreensivo, pois não é isso. Os erros do cotidiano, que acontecem naturalmente, devem servir como base para uma autocrítica.

Infelizmente muitas pessoas erram e não conseguem fazer uma auto-análise, continuam errando e o pior condenando os que erram. Vivem em um mundo fechado, no qual os seus próprios princípios imperam. Se tornam engessados para novas idéias, novos conhecimentos e principalmente para a compreensão das atitudes alheias.

Entender o mundo sob diversas perspectivas e compreender que cada um tem um pensamento diferente, uma visão de mundo diferente, uma educação diferente, compreensões diferentes, é essencial para a vida em comunidade. Se a sociedade entendesse pelo menos isso, o mundo seria menos opressor. Sim, é isso mesmo. O mundo quer que sejamos perfeitos. Há sempre um ícone, alguém em quem devemos nos espelhar, e se não conseguimos ser igual ou superior, somos incompetentes e logo surge a depressão. Mas isso é assunto para outra meditação.

Quando olhamos para o lado, para o nosso próximo, podemos cair em dois buracos. O primeiro se chama vanglória, pois veremos no outro algo inferior e nos encheremos de soberba e vaidade. O segundo se chama inveja, olharemos para o outro como superior, almejaremos estar na posição dele e o mataremos com o nosso coração.

Como disse no começo desse monólogo, somos semelhantes, ninguém se julgue melhor ou até mesmo inferior, se julgue diferente. O respeito às diferenças é que nos fazem mais humanos. Quando se comparar a alguém, se compare àquele que peregrinou na terra sem cometer nenhum pecado, àquele que mesmo sem pecados não veio para condenar e sim para dar salvação. Quando se comparar a essa humilde pessoa você entenderá quem realmente você é, e se tornará uma pessoa mais tolerante e compreensiva.